quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Liberdade, Cecília Meireles

O conto abaixo foi escrito por Cecília Meireles, publicado em 1964, e fala sobre a liberdade, uma palavra que foi mencionada hoje durante a aula. Neste texto, Cecília Meireles diz: "Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes. Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios."  Leiam o texto na íntegra:

Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se tem até morrido com alegria e felicidade.

 Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam “Liberdade, Igualdade e Fraternidade!”. Nossos avós cantaram: “Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil!”; nossos pais pediam: “Liberdade! Liberdade! – abre as asas sobre nós”, e nós recordamos todos os dias que “o sol da liberdade em raios fúlgidos – brilhou no céu da Pátria…” – em certo instante.

Somos, pois criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.

Ser livre – como diria o famoso conselheiro… – é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo que partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho… Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autônomo e de teleguiado – é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Supondo que seja isso.)

Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.

Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sono das crianças deseja ir. (Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso…).
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!…) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!…
 Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.

E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!…

São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.

Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos que falam de asas, de raios fúlgidos – linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel…

PAINEL DE FOTOGRAFIAS

O Painel de Fotografias "Olhares sobre a Criança" tem o propósito de reunir fotos das(dos) alunas(os) quando crianças. A ideia é formar uma exposição fotográfica que possa mostrar o olhar do adulto (quem geralmente fotografa) durante a captura da imagem sobre a criança, a fim de observarmos o que está subjacente ao ato de fotografar crianças, assim como pensarmos de que forma a composição da foto informa sobre esta visão da criança pelo adulto através da imagem. Por outro lado, a atividade visa também provocar uma reflexão sobre como a criança se posiciona diante da câmera, como corpo a ser fotografo pelo outro, o adulto.

Quem é a criança fotografada? Como ela aparece na foto? Em que contexto a fotografia foi tirada? O que a foto diz sobre a criança?

Estas questões são fundamentais para pensarmos sobre a infância e como o adulto a define, a vê, já que o conceito de infância é elaborado pelo adulto, portanto relacional. Este ao definir o outro (neste caso a criança) define também a si mesmo. 

Vimos hoje na aula que palavras como liberdade, dependência, criatividade, imaginação, brincadeira, ingenuidade foram associadas para definir a infância. A questão é: esta infância é a que idealizamos ou a que existe no nosso dia-a-dia? Seria muito interessante se pensássemos o que estas palavras significam para nós. Por exemplo, o que significa a liberdade e, o seu oposto, a prisão?  Se a criança significa liberdade, o adulto estaria confinado à prisão. Que prisão é essa? Que liberdade é essa?
Questões para pensar... 

VISITA À BRINQUEDOTECA

A visita à Brinquedoteca Paulo Freire (BPF) é uma atividade coletiva a ser realizada nesta primeira unidade pela turma (escolha um nome para a turma. Ex.: "Via Láctea", "Tertúlia", etc.). A turma deverá se organizar para cumprir a atividade:

Momento na BPF:

1) Fazer o levantamento dos livros de literatura infantil existentes no acervo;
2) Falar sobre a recepção feita pelos responsáveis pela BPF;
3) Avaliar o espaço (cantinho da leitura);
4) Registrar:
4.1 a quantidade de livros;
4.2 o título dos livros;
4.3 ano de publicação;
4.4 nome do autor(a)/ilustrador(a);
4.5 gênero literário (narrativo, lírico ou dramático)
4.6 resumo da história;
4.7 tema

Momento Sala de Aula:

5) Produzir um relatório com base na visita a BPF;
Elementos pré-textuais:
5.1 Inserir dados identificadores (instituição, turma, disciplina, professor, etc)
5.2 Título da atividade;
Elementos Textuais:
5.3 Texto
a) Introdução: quem solicitou o relatório, com que finalidade, como as atividades foram desenvolvidas (metodologia);
b) Desenvolvimento (passos da atividade) informar quando a atividade foi feita e descrever detalhadamente o que foi feito;
c) Conclusão: avaliação da atividade;
d) Linguagem cuidada (verificar pontuação, acentuação, ortografia, etc.)
Elementos pós-textuais (anexos):
Material (ex,: tabelas, gráficos, esquemas), usado no primeiro momento (cópia)
Registro fotográfico

Orientações quanto à estética do trabalho:

a) Fonte 12, Times New Roman;
b) Espaço entrelinhas 1,5;
c) Quantidade de laudas: mínimo de 5 e máximo de 10 (sem contar com os elementos pré-textuais e pós-textuais)
d) Alinhamento justificado (elementos textuais)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO - 2 AVALIAÇÃO

Os slides de apresentação deverão observar as seguintes instruções:

a) Dados de identificação (cabeçalho, titulo, nomes dos componentes, da disciplina e do professor)
b) Objeto da pesquisa (o que vocês estão pesquisando?)
c) Objetivo (para quê vocês estão pesquisando?)
d) Justificativa (por que a sua pesquisa é importante? Quais as descobertas feitas? Que contribuição sua pesquisa tem para a sua formação?)
e) Metodologia (como vocês se organizaram? Que procedimento vocês adotaram para o desenvolvimento da pesquisa?)
f) Resultados esperados (o que você espera com esta pesquisa?)
g) Bibliografia (fontes teóricas)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

ALGUNS SÍMBOLOS NO FILME BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR


Cavalo branco, cervo branco, corvo, borboleta, os animais passeiam no filme Branca de Neve e o Caçador, e poucos percebem a inserção destes elementos simbólicos nas cenas, compondo o processo de coesão e coerência textuais, e participando do processo da construção de sentidos.

Cavalo branco: O cavalo simboliza vida e morte, portanto está ligado à passagem de um ponto a outro. Estar montado em um cavalo significa estar passando por um momento de transição, de fluxo, de movimento. Está relacionado ainda à sexualidade e à libido.  Branca de Neve escapa da morte e ao montar o cavalo branco (virgindade) segue para a floresta, lugar do conflito e da revelação (cervo). Observe-se que o cavalo cai em um buraco enlameado e sugado por este. Se o cavalo refere-se à sexualidade virginal, a queda no buraco enlameado pode significar processo de maturação psicossexual, perda da virgindade, da ingenuidade, o encontro com a vida, com o mundo (ela esteve presa até então)

Cervo branco: O cervo traz o significado de renascimento e está associado à renovação do ser humano. O cervo é aquele que revela, que conduz alguém para um encontro consigo mesmo, sendo revelador e mediador entre o indivíduo e o mundo. Neste momento, Branca de Neve é conduzida para um lugar e encontra o cervo gigante, com longos chifres. Ele representa a revelação e ressurreição e o encontro entre os dois ocorre quando ela acorda depois de ser envenenada pela madrasta.

Corvo: simboliza a curiosidade, a inteligência, a observação e o mistério. O corvo está associado às mudanças e ao movimento, além de ser destemido e  guardião das coisas ocultas e sagradas. O corvo no filme está associado a madrasta e, por isso, a sua simbologia está revestida de agouro, mas o corvo representa também aquele que leva e traz mensagens. Com o tempo, o corvo ficou associado a mau presságio. 

Borboleta: está associada à alma, a ressurreição, transformação, novo começoQuando o cervo é atingido pela flecha dos soldados da rainha, a sua forma é transformada em borboletas, simbolizando a transformação e o novo começo para Branca de Neve.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

LIVRO-TRAVESSEIRO - EQUIPES

Equipe 1

Ícaro Mateus Gonçalves
Flávio Teixeira
Juceli Pereira
Marília Paz Pereira
Raimile Vasconcelos

Equipe 2

Joseane Conceição
Ionildes Barreto
Naiane Nascimento
Naiane Nobre
Priscila Martins
Vanessa Valverde

quinta-feira, 31 de maio de 2012

LITERATURA NO SANITÁRIO

Uma reflexão literária pode acontecer nos lugares mais inusitados. Encontrei-me com duas alunas no toalete e fiquei entusiasmada com os seus enstusiasmos. Falavam-me da alegria de terem descoberto possibilidades de trabalhar a literatura indisciplinarmente.

Estas alegrias são típicas de quem aprende a aprender, isto é, aprende que o conhecimento é gerado a partir de combinações conceituais, de ideias, que só podem ser produzidas pelo sujeito interpretativo.

Cada professor analisa a realidade de acordo com a sua visão de mundo, impressa desde a escolha do objeto, passando pelos dispositivos teóricos. Assim, cabe a cada aluno ou aluna escutar e elaborar a sua própria visão de mundo, que pode se aproximar de alguma visão do professor, sem, contudo, confundir-se com esta.

Apesar de ter sido um encontro tão rápido, como requeria o ambiente, o diálogo foi riquíssimo, revelando futuras professoras comprometidas com a formação literária da criança, com o desenvolvimento de sua sensibilidade, de sua humanidade.