sábado, 21 de abril de 2012

Aula 20/04/2012

A primeira aula foi importante para nos conhecermos. Com base nesse prévio conhecimento, exponho neste espaço algumas reflexões sobre a proposta do nosso trabalho:

1. Objeto de estudo: literatura infantil na forma impressa. Suporte livro ou e-book.

2. Abordagem teórica: Análise de Discurso Crítica Feminista (ADCF). Conceitos: língua, linguagens, discurso, texto, intertexto, interdiscurso, intergenericidade, ideologia, hegemonia, modelo tridimensional (Fairclough), gênero.

3. Metodologia: aulas expositivas, leitura e debate sobre os textos teóricos e literários, produção textual individual ou em grupo.

4. Avaliação: não definimos em sala. Hoje, penso em algumas possibilidades avaliativas:

A primeira avaliação seria a análise de um livro de literatura infantil sugerido pelo professor. Todos leriam o mesmo livro e fariam uma análise com base nos dispositivos teóricos estudados. (em sala de aula, individual, forma impressa) - 08 de junho

A segunda avaliação seria um seminário sobre a terceira avaliação. Neste seminário, os estudantes apresentariam os resultados parciais de sua pesquisa. (em sala, em equipe - apenas exposição oral) - até  06 de julho

A terceira avaliação consistiria na apresentação de um texto impresso, reflexivo, sobre a sua pesquisa quantitativa e qualitativa feita com o material da biblioteca. (de campo, em equipe, forma impressa) - até o dia 10/08

Nesta última avaliação, cada equipe faria uma pesquisa de campo sobre os livros literários infantis (não juvenis) disponíveis na biblioteca, a serem analisados a partir da perspectiva de gênero. Em outras palavras investigar a representação de menino e de menina nos livros de literatura infantil, tendo em vista o tratamento dado aos papéis sociais performatizados por homens e mulheres. Esta avaliação poder ser a última, pois exige tempo.
5. Bibliografia:

1. Literatura Infantil: Voz de Criança, Maria José Palo, Ed. Ática.

Atividade: identificar os principais conceitos e ideias do texto (escrever no caderno).

2. Pesquisa na Escola, Marcos Bagno, Ed. Loyola

Atividade: elaborar o projeto de pesquisa de campo (avaliação 3).

3. Como se Ensina a ser Menina, MontSerrat Moreno, Ed. Moderna



4. Literatuna Infantil na Escola, Regina Zilberman, Ed. Global

Atividade: identificar os principais conceitos e ideias do texto (escrever no caderno).


Gostaria de pedir a vocês que enviassem o e-mail da turma para ltleiro@gmail.com, a fim de poder compartilhar material didático digitalizado. Toda mensagem enviada pelo e-mail da turma para o professor deve ser assinada.

Atividade: identificar e os principais conceitos e as ideias do texto (escrever no caderno).

domingo, 8 de abril de 2012

LINKS DO BLOG PARA LEITURA

Selecionei alguns links importantes de textos reflexivos sobre literatura infantil e metodologia de estudos. Para quem ainda não cursou a minha disciplina, é leitura imprescindível. Para aqueles que já passaram, fica apenas a sugestão:


DECLARAÇÃO PARA MONITORIA VOLUNTÁRIA

Alguns alunos têm me procurado para saber dos procedimentos para concorrer à monitoria voluntária. Além das orientações ao lado, na seção "Não deixe de ler", segue abaixo o modelo de declaração, um dos documentos exigidos no momento de requerer no Protocolo.


DECLARAÇÃO

Declaro, para fins de seleção à monitoria voluntária de ensino para a disciplina _______, ministrada pela professora Lúcia Tavares Leiro, que eu, _______, matriculada sob o número _____ nesta universidade, concluí a referida disciplina obtendo a média ____ (vide histórico escolar). Além disso, tenho acesso à internet, possuo a disponibilidade de 4 (quatro horas) semanais para as reuniões de monitoria e tenho afinidade com a disciplina pleiteada neste documento.

Cidade, data
Assinatura

Antes de requerer, o estudante deve ler o seguinte documento:

sábado, 7 de abril de 2012

Chapeuzinho Vermelho faz 200 anos

Quantas versões de Chapeuzinho Vermelho vêm atravessando esses dois séculos? O que há de tão atraente na história de uma menina que é devorada por um lobo? Músicas, histórias infantis, filmes, peças publicitárias (Calendário Campari 2008, com Eva Mendes), videoclipes, entre outros se renderam a história da menina do capuz vermelho para refleti-la ou para refratá-la.
É fato que muitas são as adaptações da narrativa popular que se transformaram em literatura infantil pelas ágeis mãos de Charles Perrault, cujo fundo moralizante é inserido em um pós-texto explicativo, e dos Irmãos Grimm, responsáveis por um desfecho mais condizente com a moral burguesa, e que, assim como Perrault, lançam mão de uma breve mensagem de advertência. Na versão dos Grimm, um lenhador aparece para retirar a avó e a neta de dentro da barriga do lobo, o que não acontece em Perrault:


Mas este aspecto já foi bastante comentado entre os estudiosos e curiosos da literatura infantil, mas qual deles é mantido nas versões adaptadas? Assim como Grimm mudou a história, muitos recontistas têm feito as suas próprias interpretações do conto, alterando-o.
Em Deu a Louca na Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, uma animação de 2004, dirigido por Todd Edwards, Tony Leech e Cory Edwards,  a menina do capuz vermelho é destemida e não é nada ingênua. A avó é fã de esportes radicais e a metalinguagem é o que há de mais interessante no filme. Um sapo-investigador aparece para ouvir as várias versões sobre o acontecimento e cada um conta da sua perspectiva. Essa parte do filme nos reporta aos métodos usados pelos intelectuais, folcloristas do século XIX, que foram de casa em casa (alguns pegaram mesmo os contos de segunda mão) para ouvir as pessoas narrarem, pois acreditavam que o povo, por ainda não ter tido contato com outras culturas, eram considerados genuinamente “puros”, os porta-vozes do que havia de mais próprio, pertencente a um grupo cultural. Em tempos de reconstrução dos espaços em nações, a compilação (ou quase isto) serviu de estudo filológico, afinal a língua era o aspecto central que distinguia uma nação de outra, e literário, quando houve a necessidade de se construir um acervo nacional que representasse a língua da nação. A presença de um investigador mostra a necessidade e a dificuldade de se achar uma "verdade", com uma suposta neutralidade mediadora, já que cada personagem tem as suas razões e todas muito palusíveis. O investigador não teria a sua própria versão?
É evidente que a intencionalidade dos intelectuais do século XIX pode não ser a mesma dos mediadores culturais do século XXI, mas evocar uma narrativa tão familiar para mostrar uma menina mais independente, pode estar relacionado à forma de viver de muitas meninas hoje, uma vez que nem sempre os pais podem estar presentes e elas precisam cuidar de si.
Outra adaptação recente foi a da diretora Catherine Hardwicke, a mesma de Crepúsculo, que traz uma proposta diferente, embora mantenha elementos-chaves da narrativa primordial. É interessante mostrar que no filme A Garota da Capa Vermelha, de 2011, a capa é um dos poucos elementos que permanece fiel à narrativa dos Irmãos Grimm, afinal, no filme, Chapeuzinho Vermelho é uma jovem, possui uma irmã e um pai (na narrativa dos irmãos alemães, o pai não existe). No filme, a jovem é disputada por dois jovens que são suspeitos de ser o lobo que alardeia a vila, provocando mortes violentas. Da velha narrativa, mantém-se a menina, o lobo, a mãe e a avó, no plano das personagens, além da substituição do lenhador por um caçador-exorcista; em termos de cenário, permanece a floresta que separa a casa da menina da casa da avó. Em relação ainda às personagens, uma diferença crucial e surpreendente é que o lobo é o pai de Chapeuzinho, inserindo no filme uma relação incestuosa, já que conhecemos a simbologia presente no ato de devorar, de conotação sexual. Quando nos deparamos com o filme, associamos imediatamente a significação - ato sexual - ao novo texto - relação pai-filha. Fica ainda mais ambíguo quando o pai exige que a filha fuja com ele para que possa dar continuidade a sua maldição (ou linhagem). Como o incesto precisa ser superado em nossa cultura, o pai morre ao lutar com um dos pretendentes, por quem a jovem é apaixonada. Ele se fere e contrai a maldição, dando prosseguimento a um poder e uma autoridade baseados no terror que é passado, segundo o filme, pelos homens.
Seguindo pela mesma lógica da sedução, a marca de bebida Campari lançou em 2008 um calendário com a atriz latina hollywoodiana Eva Mendes (Motoqueiro Fantasma) para encarnar em cada mês uma personagem dos contos de fada.

Na imagem acima, o ambiente gótico emoldura uma chapeuzinho vermelho já crescida, elegantemente e sensualmente vestida de branco, cujo tecido diáfano deixa exposta toda a extensão da perna. De um lado um lobo que ela traz preso à corrente e na outra mão a bebida, num clara mensagem que vincula o poder da mulher (virginal e fatal?) sobre a natureza do lobo, tendo a bebida como passaporte para este status.  
Já na música, Caetano Veloso, nos anos 60, fez alusão ao conto, escrevendo e interpretando  Enquanto seu Lobo não Vem, do álbum Panis ET Circensis, sendo que usado como metáfora para os anos difíceis de censura:
E foi nesse clima também que Chico Buarque escreveu o livro Chapezinho Amarelo, ilustrado por Ziraldo, no qual Chapeuzinho não é mais uma menina medrosa, mas desafia o lobo, transformando-o em bobo. Numa referência metalinguística, Buarque ludicamente se apropria da palavra lobo e faz uma série de combinações sonoras - lobo-bolo-bobo – registrando como uma representação pode ser modificada na mente das pessoas. É só vê-la de forma diferente. Se o lobo vira bolo - primeiro deslocamento - não é mais lobo e se de bolo ele vira bobo - segundo deslocamento - perde o poder que tinha. A sequência lobo-bolo-bobo não é apenas uma brincadeira com as palavras, mas uma nova maneira de enxergar uma realidade. Neste sentido, Buarque parece querer mostrar que para mudar uma realidade faz-se necessário uma interferência na língua, na linguagem, dissociando significante e significado. O significante lobo deixou de ter o significado de sempre, já cristalizado pela cultura, para se transformar em algo novo que exige uma nova forma de estar no mundo. Assim, a literatura infantil nunca foi e jamais será um monte de palavras sem nexo, ao contrário, todas mediadas pelo adulto que tinha clara ideia do que queria das crianças (quando eram elas seus interloutores visuais):
Vamos passear na floresta escondida, meu amor
Vamos passear na avenida
Vamos passear nas veredas, no alto meu amor
Há uma cordilheira sob o asfalto

(Os clarins da banda militar…)
A Estação Primeira da Mangueira passa em ruas largas
(Os clarins da banda militar…)
Passa por debaixo da Avenida Presidente Vargas
(Os clarins da banda militar…)
Presidente Vargas, Presidente Vargas, Presidente Vargas
(Os clarins da banda militar…)

Vamos passear nos Estados Unidos do Brasil
Vamos passear escondidos
Vamos desfilar pela rua onde Mangueira passou
Vamos por debaixo das ruas

(Os clarins da banda militar…)
Debaixo das bombas, das bandeiras
(Os clarins da banda militar…)
Debaixo das botas
(Os clarins da banda militar…)
Debaixo das rosas, dos jardins
(Os clarins da banda militar…)
Debaixo da lama
(Os clarins da banda militar…)
Debaixo da cama
A referência ao maravilhoso era muito recorrente na época da Ditadura, já que os artistas tinham que driblar as instituições fiscalizadoras e nada mais oportuno do que as histórias repletas de fantasia e simbologias para gerar ambiguidades, diversas interpretações.

Por fim, para encerrar (mas não esgotar) as referências ao conto dos Grimm, também o pagode baiano deixou a sua marca na história, mantendo a carga erótica do conto ao associar o gesto de devorar ao ato sexual. O pagode Lobo Mau (Vou te Comer) revitalizou o conto que, unindo música e performance (dança), ratifica a mensagem fazendo uso do acervo cultural. A Chapeuzinho, no pagode, aparece como uma menina ingênua para reconstruir a identidade de poder (fálico) do homem.


Quando lemos a letra da música e vemos um videoclipe, percebemos que no pagode baiano a letra é um mero acessório. A ênfase maior é na expressão corporal (a performance), na entonação de voz, nos improvisos dialogados com outro músico ou com a plateia, na indumentária do artista e cenários de palco.

Na gravação do carnaval de 2010, por exemplo, ao lado de Ivete Sangalo, o vocalista Márcio Vitor sobe no trio usando uma capa vermelha. Ivete se dirige a ele dizendo que se ele é chapeuzinho, ela seria o lobo mau. Há uma inversão carnavalizante, mas que não representa um deslocamento de poder, já que tão logo a música começa, ele retira o capuz vermelho. Ivete, por ser mais alta e mais encorpada que o cantor, acaba criando uma imagem de poder, mas que não se sustenta porque como um ventríloquo ela assume outro personagem, num jogo teatral permitido no carnaval. Ele, no entanto, que retira a capa vermelha ao subir no trio, tenta impedir (em vão) que a sua performance, que simula o coito, ganhe outros significados na representação de uma menina.
Eu sou o lobo mau, hau, hau
Eu sou o lobo mau, hau, hau
Eu sou o lobo mau, hau, hau
Eu sou o lobo mau, hau, hau
E o que você vai fazer, HAAAAAAA
vou te comer, vou te comer, vou te comer,
vou te comer, vou te comer, vou te comer,
vou te comer, vou te comer, vou te comer,
vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás
Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás
Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás
Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás

Pra que você quer saber?

Eu sou o lobo mau, hau, hau
Eu sou o lobo mau, hau, hau
Eu sou o lobo mau, hau, hau
Eu sou o lobo mau

E o que você vai fazer?
vou te comer, vou te comer, vou te comer,
vou te comer, vou te comer, vou te comer,
vou te comer, vou te comer, vou te comer,
vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Merenda boa, bem gostozinha
quem preparou foi a vovozinha.

êta danada, êta!
Chapeuzinho Vermelho inspirou e inspira muitas pessoas. É possível que neste ano outros textos passem a circular em razão do bicentenário. Quem sabe quais serão os novos recontos?

domingo, 1 de abril de 2012

CURSO DE EXTENSÃO LITERATURA INFANTIL E JUVENIL (PARTE II)

Na sequência, vocês poderão ver as fotos das produções literárias, das autoras e autores e das performances de leitura. Os cursistas neste momento fizeram uso de habilidades distintas: a produção literária, a produção plástica através das técnicas de desenho e colagem e a contação de história. Convido os autores e autoras a postarem (no comentário) o resumo das histórias para os internautas que visitarem esta página, pois não memorizei todas. Fiquem à vontade.





















Até o próximo curso!

CURSO DE EXTENSÃO - LITERATURA INFANTIL (PARTE I)

O Curso de Extensão Literatura Infantil e Juvenil ocorreu em três dias (ou 12 horas). Nele, falamos do contexto de invenção da literatura infantil, responsável por reorganizar o tecido social europeu ao reunir textos impressos (agora considerados literários) de forma pedagógica, com o intuito de instruir e formar os valores de uma nova classe social. Dentro desta reorganização, encontra-se não apenas a infância, mas os pápéis de homens e mulheres na sociedade. 

O romance, gênero eminentemente burguês, também se adaptará à literatura infantil e juvenil, fazendo uso de elementos estruturais do romance e da estrutura narrativa da cultura popular para internalizar na criança os códigos sociais e valores morais burgueses.

Esta forma de organizar uma sociedade ou comunidade não é uma prerrogativa da burguesia, pois qualquer grupo que queira se estruturar fará uso de textos orais e escritos para unir membros de um mesmo grupo a fim de que possam se reconhecer enquanto pertencente a ele e, enfim, conviverem coletivamente em um mesmo espaço mediante regras relativamente estáveis.

Por isso, a literatura infantil também fará parte de um projeto nacional, assim como ocorreu na Europa e no Brasil. Aqui, Lobato foi um dos que se apropriou da cultura popular brasileira e a intertextualizou com as narrativas europeias negociando, por meio dos dois registros, os novos valores para uma sociedade ainda agrário-escravocrata. Se o cenário era o Sítio, um local de procedência agrária, os valores e comportamentos que nas histórias se desenvolvem, fazem parte de um hábito mais urbano, moderno, como queriam alguns intelectuais da época. A Dona Benta lia livros para as crianças e a leitura no suporte livro já é um traço de modernidade.

Em razão disto é que hoje, ao estudarmos literatura infantil, devemos ler os livros lançados nos últimos anos para percebermos quais são as novas direções (se é que são tão novas assim) que as escritoras e escritores estão propondo às crianças.

Outro aspecto importante no curso, foi a discussão sobre as dimensões da literatura infantil: a pedagógica, a estética (literária), a ideológica e a lúdica (bem lembrada por um dos cursistas). Os estudos contemporâneos sinalizam para uma literatura primordial, mais próxima da investida pedagógica; Porém, ao longo dos anos os textos foram sendo produzidos de uma maneira mais artística, não apenas em função das técnicas de ilustração como, sobretudo, do domínio da linguagem literária e de sua importância para a formação do leitor, para o desenvolvimento de sua sensibilidade e para o seu ajuste social. Muitas vezes a dimensão estético-literária associa-se à dimensão lúdica, quando as escritoras, por exemplo, lançam mão dos recursos estilísticos da língua, dando um caráter metalinguístico ao texto.

A dimensão ideológica foi a base do nosso curso, uma vez que discutimos as representações de gênero na literatura infantil. Apesar de ser uma literatura considerada menor, fácil e despretensiosa, a ideologia contida nos livros infantis equiparam-se à literatura feita para adultos. Foi com esse olhar que lemos Pena de Pato e Tico-Tico e Dona Baratinha, de Ana Maria Machado. O primeiro mostra claramente a articulação entre as quatro dimensões apresentadas, na medida em que de forma lúdica, literária, ideológica e pedagógica, a escritora insere aspectos importantes para a criança em fase de alfabetização, ao trabalhar com grupos fonéticos desta fase (sobretudo as bilabiais /p/ e /b/ e as linguodentais /d/ e  /t/), com a polissemia da palavra "pena" (revestimento das aves e sentimento de compaixão) e com a questão de gênero. Já o segundo além destas, acrescenta-se a referência intertextual e a interdiscursividade, conceitos discutidos durante o curso, e que em Dona Baratinha atendem à dimensão ideológica de gênero. O reconto de Ana Maria Machado em nada assemelha-se ao caráter punitivo e pedagógico da narrativa matricial, já que a versão de Machado mostra o casamento como algo secundário para a mulher e a solteirice é vista como uma possibilidade e não um problema para as mulheres.

Na parte prática, os cursistas foram solicitados a produzirem um texto com as quatro dimensões da literatura infantil, com ênfase para a dimensão ideológica de gênero. No início, pareceu uma tarefa difícil, mas que, durante a produção, se transformou em um momento de deleite. Enfim, o lobo foi devorado e o resultado encontra-se logo abaixo:














Marcelo e Jaqueline leram, respectivamente, para nós Dona Baratinha e Pena de Pato e Tico-Tico. Laís, que aparece nesta última foto, foi a monitora do curso.