sexta-feira, 19 de abril de 2013

Questões sobre o livro O Que é Literatura Infantil


Literatura e Educação
1.     Quais os principais problemas apontados por Cademartori ao tratar da literatura infantil?

2.     Para a autora, o que caracteriza a literatura infantil? 

3.     Qual a relação entre texto e imagem na literatura infantil? 

4.     Ligia Cademartori ensina o leitor a escolher os livros de literatura infantil. Quais os critérios estabelecidos pela autora para que se cumpra a seleção dos livros? Você sugeriria algum outro?

5.     Quais as referências históricas mencionadas pela autora e quais as razões de apresentá-las como acontecimentos importantes para a literatura infantil? 

6.     Cademartori faz incursões linguísticas sobre a forma da criança e do adulto perceberem a língua. Discorra sobre essas incursões. Você tem um exemplo prático sobre esta questão para relatar? 

7.     Com base nas reflexões de Cadermatori e nas suas também, escolha um tema para uma história infantil e elabore um breve resumo* dessa história.

* Resumo não é a história. É uma síntese de como seria a história.

domingo, 14 de abril de 2013

Fragmento de A Senhora dos Mares, de Ana Maria Machado

A senhora dos mares
(Excerto do livro de Ana Maria Machado)

Marina nasceu numa casa coberta de palha. Na areia, entre coqueiros. Bem de frente para o mar, numa praia tropical. Desde pequena, brincava com conchas, ondas, algas e castelos de areia. E com os peixinhos coloridos que nadavam entre os recifes de coral.

A família dela era de pescadores. Quer dizer, a família toda, não. Só os homens pescavam. Os avôs, os tios, o pai, todos saiam de madrugada para o mar. Levavam iscas, anzóis, redes. Voltavam no fim da tarde, aproveitando a brisa que enchia as velas dos barcos.  Desde pequenos, os meninos iam com eles.

Pedro, irmão de Maria, também ia.
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Sinopse: o livro de Ana Maria Machado narra a história de uma menina, filha de pescadores, que deseja ir ao mar pescar assim como o seu irmão. Impedida por ser mulher, a menina sofre os efeitos da tradição, a de que mulher no mar dá azar. Quando a escola começa a funcionar, a protagonista é direcionada aos estudos, enquanto o irmão continua pescando. Um dia o pai adoece e o destino da menina muda.
 
Sobre o fragmento: o excerto acima faz parte da primeira página do livro e cumpre a função de situar o leitor no ambiente onde a história se desenrola. Observe-se que a autora opta por estruturas sintáticas diretas, curtas e um léxico com palavras conhecidas, usuais, para facilitar a compreensão. No primeiro parágrafo, a escritora se preocupou em situar a personagem em harmonia com o ambiente, destacando, sobremaneira, o ato de brincar. Marina nasceu e brincava.
Já no segundo parágrafo, as informações se ampliam, apresentando ao leitor a que grupo social Marina pertencia. E, ao apresentar os homens da família, vê-se que estes não brincam, mas, ao contrário, trabalham. Assim, as meninas ficavam na terra brincando e os meninos iam para o mar trabalhar.
 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Reflexões Feministas

Faz tempo que não venho aqui, mas é por falta de conexão e de ideias.

Mas hoje fiquei pensando na relação entre a mulher, gênero e a indústria de consumo. Esta conexão só foi possível por causa das reflexões que estava fazendo sobre a minha própria vida, quando pensava nas coisas que eram recicladas pela minha mãe. Isto me levou a uma hipótese (que talvez alguém já tenha transformado em tese) de que as razões que levaram as mulheres ao espaço público para o mundo do trabalho estão relacionadas ao consumo. Explico-me melhor: as mulheres, mães em geral, diante das dificuldadades financeiras, transformavam e criavam produtos que acabavam servindo para outros fins, diferentes daqueles originais.

Esta atitude certamente não é interessante para uma sociedade que se alimenta da venda compulsiva de produtos industrializados e não da transformação destes, na maioria manufaturados.

Em casa, com uma máquina de costura, uma caixa de linhas e agulhas, as mulheres se viravam para economizar. Vivi os anos 70, mas meus pais foram contemporâneos de duas guerras que tiveram efeitos mundiais: a 2ª Guerra Mundial (1945) e a Guerra do Vietnã (1968). Nesta época, a escassez fez com que as pessoas não desperdiçacem, ecomizassem, transformassem o que pudessem, pois não havia nem dinheiro, nem o que comprar.  Além disso, a pobreza era avassaladora. Não se deixava comida no prato e nem se jogava fora. Tinha que colocar o necessário, se possível repetir, mas nunca jogar fora. Os interruptores dos ambientes deveriam estar desligados se não houvesse uma pessoa neles. Deste modo, as mulheres controlavam as finanças, monitoravam o consumo de água e energia em casa e buscavam suprir as necessidades domésticas através de trabalhos manuais, principalmente a costura: na mão ou na máquina, bordando, tricotando ou fazendo crochê. Lembro-me particularmente de uma cortina que fizemos com plástico e caroço de tonteira (uma árvore que, segundo crença popular, quem estivesse tonto poderia ser curado se ficasse debaixo dela).

A mulher passou para a esfera pública para alimentar o mercado, mas, também, para eliminar uma concorrente ideológica, já que a customização implica em transformação, em aproveitamento de um material para dar origem a outro, isto é, um produto possível de ser adquirido gratuitamente ou a preços módicos. Certamente esta técnica oferece não apenas um novo produto, mas propõe uma nova maneira de lidar com as coisas. No lugar de jogar fora (interessante para o consumo, para os negócios) aproveita-se, transforma-se, cria-se.

As mulheres no mercado de trabalho alavancaria o comércio, mas também tiraria de circulação qualquer concorrência que viesse a confrontar o sistema vigente.

Assim, a indústria une-se à voz das feministas para dizer que elas venceram, elas podem agora trabalhar: as mulheres agora podem ter uma profissão, um emprego. Mas essa falsa concessão de poder é regulada pela voz patriarcal que diz: "Você vai trabalhar porque é interessante para nós, no entanto continuará presa à casa e aos sentimentalismos". Desta forma, é enganoso o discurso emancipatório das mulheres, já que, do ponto de vista das emoções, continuam reguladas para serem amorosas, mães, dedicadas... aliás a dedicação é bem vista pelos gananciosos, ávidos por profissionais que possam exercer as suas funções com perfeccionismo e, preferencialmente, sem reclamar.

A dupla jornada da mulher resulta dessa conjuntura, da apropriação do discurso feminista, customizando-o para que atendesse aos interesses patriarcais. Por isso, é difícil uma posição categórica e generalizante sobre a condição da mulher hoje, pois se elas agora podem ter uma profissão e atuar nela, por outro continuam responsáveis pela casa. Esta situação tem sido valorizada por meio de um falacioso discurso de empoderamento da mulher, pois ela agora é multifuncional, como se isso fosse um grande elogio. Talvez a palavra mais apropriada fosse multiexplorada. Assim como uma máquina que pode fotocopiar e imprimir, as mulheres podem alavancar a economia e se responsabilizar pelo trabalho da casa. A Mulher Maravilha não é mais aquela que disfarça a sua identidade atuando ora como secretária, ora como defensora da justiça. A sua dupla identidade agora é revelada e aceita: ela é dona-de-casa, médica, professora, advogada, engenheira, psicóloga... ops, mas e a defensora da justiça?

sábado, 17 de novembro de 2012

Sugestões em Literatura Infantil

Conforme havia prometido, segue abaixo alguns livros sobre literatura infantil e outros que foram citados no curso de extensão Literatura Infantil:

Estudos:

Com a Palavra o Ilustrador, (org.) Ieda de Oliveira - livro rico em análises sobre a ilustração no livro infantil.
Em Busca dos Contos Perdidos, Mariza B. T. Mendes - trata das personagens femininas em Charles Perrault.
Literatura Infantil Brasileira, Leonardo Arroyo
O que é Literatura, Lígia Cadermatori
Literatura Infantil: Voz da Criança, Maria José Palo
Gramática da Fantasia, Gianni Rodari
A Imagem nos livros infantis, Graça Ramos

Outros:

Cultura Popular na Idade Moderna, Peter Burke - trata da relação entre cultura popular e a burguesia emergente. Importante para entender como a literatura infantil tem suas raízes na cultura popular e como esta cultura foi importante para a nova ordem social.
Teoria Literária, Jonathan Culler - discute a própria identidade da literatura.

Literários:

Não Era Uma Vez..., Vários autores, ilustrado por Mariana Massarani - Trata-se de retextualizações dos contos de fadas feitos por escritoras(es) da América Latina.
O Ogro da Rússia, Victor Hugo
Chapeuzinho Amarelo, Chico Buarque
Chapeuzinho Vermelho, Irmãos Grimm
Chapeuzinho Vermelho, Charles Perrault

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Literatura Infantil e Feminismo

Como havia prometido, segue abaixo algumas sugestões de livros de literatura infantil que podem ser analisados de uma perspectiva feminista com abordagem de gênero:

1. O Menino Nito, Sonia Rosa
2. Uma Estrada junto ao Rio, Marina Colasanti
3. Chapeuzinho Amarelo, Chico Buarque
4. Quem tem Medo de Dizer Não, Ruth Rocha
5. Dona Baratinha, Ana Maria Machado
6. Pena de Pato e Tico-Tico, Ana Maria Machado
7. Mariana do Contra, Rose Sordi
8. Felpo Filva, Eva Furnari
9. Mamãe Bela, Mamãe Fera, Marta Lagarta

Em breve, posto mais alguns.

Curso de Extensão Literatura Infantil

Em breve, postarei a relação de livros citados durante o curso.