domingo, 14 de abril de 2013

Fragmento de A Senhora dos Mares, de Ana Maria Machado

A senhora dos mares
(Excerto do livro de Ana Maria Machado)

Marina nasceu numa casa coberta de palha. Na areia, entre coqueiros. Bem de frente para o mar, numa praia tropical. Desde pequena, brincava com conchas, ondas, algas e castelos de areia. E com os peixinhos coloridos que nadavam entre os recifes de coral.

A família dela era de pescadores. Quer dizer, a família toda, não. Só os homens pescavam. Os avôs, os tios, o pai, todos saiam de madrugada para o mar. Levavam iscas, anzóis, redes. Voltavam no fim da tarde, aproveitando a brisa que enchia as velas dos barcos.  Desde pequenos, os meninos iam com eles.

Pedro, irmão de Maria, também ia.
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Sinopse: o livro de Ana Maria Machado narra a história de uma menina, filha de pescadores, que deseja ir ao mar pescar assim como o seu irmão. Impedida por ser mulher, a menina sofre os efeitos da tradição, a de que mulher no mar dá azar. Quando a escola começa a funcionar, a protagonista é direcionada aos estudos, enquanto o irmão continua pescando. Um dia o pai adoece e o destino da menina muda.
 
Sobre o fragmento: o excerto acima faz parte da primeira página do livro e cumpre a função de situar o leitor no ambiente onde a história se desenrola. Observe-se que a autora opta por estruturas sintáticas diretas, curtas e um léxico com palavras conhecidas, usuais, para facilitar a compreensão. No primeiro parágrafo, a escritora se preocupou em situar a personagem em harmonia com o ambiente, destacando, sobremaneira, o ato de brincar. Marina nasceu e brincava.
Já no segundo parágrafo, as informações se ampliam, apresentando ao leitor a que grupo social Marina pertencia. E, ao apresentar os homens da família, vê-se que estes não brincam, mas, ao contrário, trabalham. Assim, as meninas ficavam na terra brincando e os meninos iam para o mar trabalhar.
 

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