sábado, 12 de março de 2011

CRIANÇAS E CONSUMO

Matéria interessante do Jornal A Tarde sobre criança e consumo. Logicamente que se trata de crianças da classe média, mas, guardando as devidas proporções, acho que é um comportamto global, pois a sociedade de consumo tão delimita fronteiras. Quais as consequências disto?

Leiam a reportagem na ínegra. A imagem não foi colocada. Para vê-la, basta dirigir-se ao site do Jornal acessando o link no final da citação:

Banho de espuma, com direito até a brinde com suco de uva, está entre os mimos para os pequenos
Pipoca, algodão doce, biscoitos. Quem dera os gastos com crianças se resumissem a esses pequenos mimos. Com famílias cada vez mais enxutas, os pequenos se tornaram os verdadeiros ”reis” da casa e passaram a influenciar fortemente no orçamento familiar, sendo um público-alvo ainda mais importante para os empresários.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), na década de 70 eram 7,2 filhos por mulher no Brasil, enquanto em 2009 o número caiu para 1,9. “As famílias diminuíram de tamanho, a expectativa de vida está aumentando e os casais estão tendo filhos mais velhos. Isso significa que, por ter poucas crianças, elas exercem uma influência forte no consumo”, avalia o professor de marketing da Universidade Corporativa, Júlio César Santos.
A mudança das relações entre pais e filhos, atualmente mais passíveis de negociação, também é outro fator importante. “A criança ganhou o direito de ser ouvida pelos adultos que lhes concederam maior liberdade para, por exemplo, seus momentos de lazer”, acrescenta o professor Júlio César, que, com base em pesquisas realizadas na França, desdobra os números dessa influência para a realidade brasileira.
“Quase 40% do consumo das famílias brasileiras ocorre em função da influência das crianças. Estudos realizados com pais de crianças entre 7 e 15 anos constatam a significativa influência das crianças nas escolhas familiares, pois 71% dos pais declararam que seus primogênitos exercem grande influência sobre as escolhas de toda a família no domínio do lazer, 49% no de produtos alimentares, 46% no de férias e 41% no de informática”, avalia Júlio César.
Os dados são confirmados pelas famílias baianas. “Pelo menos 30% do nosso orçamento é destinado a gastos com escola, transporte, vestuário, lazer e brinquedos. Só em lazer são uns 10%”, calculava a advogada Andréa Lopes, 36, enquanto aguardava a filha Maria Clara, 3, brincar no pula-pula da brinquedoteca Brinkids, no Shopping Paralela. “Ela é primeiro lugar em casa. Às vezes prefiro um serviço mais caro para ter conforto e segurança, pensando no bem-estar dela”, disse.
Foi justamente pensando nessa disponibilidade em gastar mais dos clientes que pensam em serviços melhores para seus filhos que a publicitária Kitty Viana decidiu investir cerca de R$ 400 mil no salão O POP. A ideia é simples: enquanto as mães fazem os cabelos ou as unhas, as crianças se divertem em brinquedos variados, que vão desde parques até videogames de última geração. A diversão também serve para atrair os pequenos que têm medo da tesoura ou mesmo impaciência diante do espelho.
Diferencial necessário - Na chegada ao primeiro piso do estabelecimento, o pequeno Lucca, 8, e o amigo José Luís, 9, sabiam exatamente como subir ao segundo andar, onde Lucca faria um corte de cabelo. Rapidamente entraram por um cano de plástico com bolinhas até irem parar no piso superior.

Quando a mãe, Luciana Giannini, finalmente subiu as escadas, já encontrou o pequeno sentado em frente à televisão, com o roupão devidamente vestido nos ombros para o serviço. Como conseguir tamanha rapidez para uma atividade tão entediante para as crianças? Bastou colocar em suas mãos um controle de videogame para jogar com o amigo, enquanto o cabeleireiro trabalhava tranquilo. “Eles ficam entretidos, interagem com outras crianças e não veem o tempo passar” , diz Luciana, sem se incomodar em pagar R$ 39 no corte.
http://www.atarde.com.br/economia/noticia.jsf?id=5698049

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