quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PEÇAS PUBLICITÁRIAS, ANIMAÇÃO, MÚSICA E POESIA INFANTIL



A Faber-Castell é uma empresa alemã especializada em produtos escolares e para escritório. Segundo a wikipédia, apesar de ter escritórios em vários países, a maior produtora de material encontra-se no Brasil, em São Paulo.

Em 1983, a empresa lançou uma peça publicitária para venda de lápis de cor que ficou muito conhecida. A ideia era muito clara: associar o produto (lápis de cor) ao universo da criança. Para isso o texto contou com o apoio do desenho animado - sugerindo que tinha sido colorido pelo lápis de cor da Faber-Castel -, uma música composta por Vinicius de Morais e Toquinho e uma voz de criança interpretando a música Aquarela, fixando mais ainda o texto ao público infantil ou, ainda, à criança que cada adulto carrega na memória.

Podemos ver com isso como os textos que circulam na sociedade estão a todo momento transformando os espectadores em consumidores potenciais,  atingindo-os pela emoção. A associação entre a música (que foi logo associada a criança), a voz infantil e a animação desencadeiam uma catarse¹, mas acredito que essa descarga emocional age principalmente no adulto. A música faz um percurso da vida, da infância até a morte. Essa preocupação existencial é do homem feito e não de uma criança. No entanto, quando a criança empresta a sua voz à música, ela assume a posição de sujeito, fundindo a primeira pessoa ficcional (projetada pelo adulto) a uma primeira pessoa real, levando-a a atuar a partir da ótica do adulto. Dessa forma a criança aparece ilusoriamente na condição de sujeito. 

¹ Descarga emocional provocada por um drama.

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